Quando pensamos no Cerrado, muita gente imagina apenas arbustos retorcidos e vegetação de clima seco. Mas Brasília e seu entorno guardam uma riqueza surpreendente de árvores frutíferas nativas — muitas delas pouco conhecidas, extremamente saborosas e altamente adaptadas ao clima da região. Essas espécies não apenas alimentam a fauna local, mas também oferecem ao ser humano frutos nutritivos, resistentes a pragas, de baixa manutenção e perfeitos para quintais, chácaras e projetos urbanos sustentáveis.
Entre as espécies mais populares está o pequi (Caryocar brasiliense), símbolo gastronômico do Centro-Oeste. Seu fruto, aromático e intenso, é base de pratos tradicionais e também possui propriedades antioxidantes. O baru (Dipteryx alata), conhecido como cumbaru, produz uma castanha rica em proteínas e gorduras boas, sendo considerado um superalimento do Cerrado.
Outra frutífera muito querida é o araticum (Annona crassiflora), também chamado de bruto ou marolo, com polpa doce e perfume marcante, excelente para sorvetes, bolos e vitaminas. Já o cagaita (Eugenia dysenterica) é famosa por seu fruto amarelo, levemente ácido, muito usado em sucos e geleias. Por ser uma árvore de porte médio e copa bonita, é ótima para sombreamento em quintais.
O murici (Byrsonima crassifolia), de sabor característico, rende doces deliciosos e cresce bem em solos pobres — uma qualidade valiosa em áreas urbanas. O jatobá (Hymenaea courbaril), além de sua tradicional farinha nutritiva, produz um fruto resistente e altamente energético, consumido cru ou processado. Por fim, o uruçu (Plinia cauliflora var. cerratensis), uma jabuticabeira do Cerrado, encanta com seus frutos doces e a produção duradoura ao longo do ano.
Todas essas árvores são exemplos vivos da força do Cerrado e do potencial que Brasília possui para integrar natureza, gastronomia e sustentabilidade. Plantar frutíferas nativas é uma forma simples e poderosa de regenerar o solo, atrair biodiversidade e preservar sabores únicos da nossa região. Para quem deseja reaproximar sua casa da natureza, escolher espécies típicas é sempre o melhor caminho.
Fonte: Verdejando BSB